Por princípio, toda a mulher tem um potencial de prazer ilimitado, embora não infinito. Um prazer expansivo onde o orgasmo actua como marco, como crista de um processo e não a sua culminação. Os orgasmos concatenados seriam uma espécie de hologramas ou antecipação de um universal, único Magno Orgasmo. O grau de consciência dessa potência de prazer é variável em cada mulher, mas todas sabem que constitui uma circulação constante, repetitiva, uma alquimia imprevisível (nenhum orgasmo se dá da mesma maneira) que une e dissocia forças; que se disseminam em múltiplas direcções sensoriais; um estado que não se detém, que se prodigaliza e que renasce sempre do aparentemente esgotado. É um prazer contínuo a partir das suas rupturas. Mary Jane Sherffrey diz que «quantos mais orgasmos tem uma mulher mais fortes se tornam; quantos mais orgasmos tem, mais pode ter».
in CUNNUS :: Alberto Hernando